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Paraty, Litoral Sul Fluminense, Brazil
DETRINDA, jornalismo, música, documentários. Compositor, repórter, videomaker, diretor e produtor de produtos audiovisuais. Pai e filho. Ciente que nada sei, cheio de vontade de aprender. Para aqueles que acreditam que o bem pode se propagar. Sejam Bem Vindos! (Davi Paiva,Trindade, Paraty-Rj).

terça-feira, 15 de março de 2016

Meus heróis? Morreram de overdose.

Nos últimos tempos a sociedade tem se digladiado por conta de percepções distintas com relação aos acontecimentos políticos e sociais do nosso país. Famílias se desentendendo, seja no café da manhã ou nos grupos de whatsap. Amizades e relacionamentos abalados por convicções sobre assuntos que nem mesmo especialistas conseguem encontrar denominador comum.

É fato que a maioria nunca participou se quer de reuniões de bairro. Na escola, muitos olhavam de forma preconceituosa para aqueles alunos que participavam do grêmio estudantil. Na faculdade, jamais contribuíram com o centro acadêmico de seus respectivos cursos. Agora, todos somos cientistas políticos. Todos temos opinião formada e poucos estão dispostos a escutar e a enxergar além das manchetes sensacionalistas dos jornais. Buscar informação além da publicidade transvestida de jornalismo para embasar argumentos é algo raro.

As teorias de Marx, que despertam incomodo em muitos e a compreensão de poucos, guardadas as devidas proporções, ainda são atuais e servem sim para refletir, mesmo escritas a mais de cem anos. Embora a sociedade negue, o ranço e o ódio de classes ainda está presente, nem que seja inconscientemente. 




Outro fator interessante de se observar, é a necessidade constante da criação de heróis e vilões. A população acaba sempre sendo refém da boa vontade de santidades e da maldade dos vilões e nunca é vista como ator principal dos acontecimentos. Na inércia do sofá de casa, esperamos que Cristo volte para salvar o mundo e assim nos sentimos isentos da responsabilidade sobre os problemas. Gritamos pelo fim da corrupção, mas não perdemos a chance de sonegar imposto, ultrapassar pelo acostamento ou furar a fila do supermercado.

 A única certeza nesse Fla-Flu, ainda vai demorar muito para que nós possamos evoluir e sermos menos egoístas em nossas ações e convicções. Nesse momento, enquanto escrevo, famílias indígenas são dizimadas por fazendeiros, militares abusam de jovens negros nas favelas, na paulista, selfies são regados a champagne.

Um país continental como o Brasil, colônia de exploração, saqueado pelos gringos antes mesmo de Cabral aqui chegar, com uma dívida pública, que inclui divida interna e externa, que atinge mais de 2,496 trilhões de reais (Fonte: Tesouro Nacional -2015), não terá seus problemas solucionados com medidas simplistas e discursos de ódio. Justiça sim, ilusão não. A mudança começa em você. Então, pelo visto, seguindo o rumo da carruagem, deve ficar pra próxima.

Meus heróis? Morreram de overdose.


#textão #reflexão

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DERRUBADA DE QUIOSQUE CAIÇARA NA PRAIA DO MEIO EM 2012


Há 3 anos, homens da Polícia Federal, fortemente armados, realizaram demolições de quiosques caiçaras da Praia do Meio em Trindade, Paraty.
O argumento? Proteger a natureza. 
Até hoje, o Parque Nacional da Serra da Bocaina não foi implantado e, nos feriados, o que vemos no local é a invasão de ambulantes vindos de diversos lugares do Brasil e do mundo. 


As autoridades dizem ter preocupação com o ecossistema, mas são movidos mesmo pelo interesse de lucrar em todas as suas decisões. 
O rio poluído que deságua no mar reflete as veias entupidas de um corpo doente.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

#MEUAMIGOSECRETO #OCAIÇARA


Foto: Cícero Leitão

‪#‎meuamigosecreto‬ chegou de mansinho. Tinha uma bíblia na mão e um revolver na cintura. Disse que era dono da terra onde eu morava há quatro gerações. Me ofereceu casa na cidade. Era isso ou o trator derrubaria meu pau-a-pique. Não aceitei. Ele colocou fogo na plantação, me agrediu e estuprou a minha filha. Fui morar na caverna. Meus irmãos fugiram. Hoje moram na favela. Eu resisti. Décadas se passaram. Sobrevivi. Ficaram as cicatrizes. Perdi minha cultura. O rio foi poluído, a floresta devastada. No mar não tem mais peixe. Mas ainda tem as ondas. Por enquanto. Crescem as construções. Diminuem as esperanças. Não sou mais livre. Estou cercado. Mas sou amigo do meu amigo secreto, que se diz dono do meu próprio chão. #meuamigosecreto ‪#‎ocaiçara‬

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

quinta-feira, 8 de maio de 2014